Uma entrevista com o GPT-4 sobre Inteligência Artificial 

2 de outubro de 2023
Autor André Peixoto
Advogado. Mestre em Direito Constitucional Privado. Pós-Graduado em Direito Empresarial. Professor de Pós-graduação em Direito Digital. Especializado em Privacidade e Proteção de Dados Pessoais. 'Data Protection Officer' (CDPO/CIPM/LGPD) certificado pela International Association of Privacy Professionals (IAPP). Autor do livro “A Responsabilidade Civil das Redes Sociais Eletrônicas por Dano à Privacidade”.

Nos últimos meses tem-se comentado bastante sobre a Inteligência Artificial, muitas vezes num contexto exagerado e apocalíptico. Apesar de sistemas baseados em IA já estarem entre nós há muito tempo, é inegável que o lançamento da versão 3.0 do Chat GPT, no ano de 2020 pela organização norte-americana OpenAI, gerou um maior debate sobre o tema. A ideia deste vídeo, portanto, combinado com uma entrevista com o GPT-4 sobre Inteligência Artificial, é explicar como funciona a Inteligência Artificial, como ela surgiu e quais os impactos no cotidiano atual, numa perspectiva mais desmistificada e factual. 

E aqui um adendo: o GPT-4 representa uma significativa evolução em relação ao GPT-3, com melhorias na escala de parâmetros (que contribui para o entendimento e geração de informações mais complexas), no refinamento e otimização (com menos falhas) e aumento da performance, além de permitir o uso de plug-ins que maximizam a interação e as capacidades em geral. 

Segue a entrevista: 


André: Olá. O que é Inteligência Artificial? 

ChatGPT: Olá! Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que tem em vista criar sistemas capazes de realizar tarefas que, quando feitas por seres humanos, requerem inteligência, como reconhecimento de padrões, aprendizado, raciocínio e tomada de decisões. 

André: Quando se começou a estudar e aplicar IA? 

ChatGPT: O estudo e a aplicação da Inteligência Artificial (IA) tiveram início na década de 1950. O termo “Inteligência Artificial” foi cunhado em 1955 por John McCarthy para a Conferência de Dartmouth em 1956, um evento amplamente considerado o nascimento da IA como campo acadêmico. Durante essa conferência, um grupo de cientistas propôs que “todos os aspectos da aprendizagem ou qualquer outra característica da inteligência podem, em princípio, ser descritos de forma tão precisa que uma máquina pode ser feita para simulá-los”.  

André: E atualmente, antes de você, quais aplicações de IA já estão entre nós? 

ChatGPT: Várias aplicações de IA permeiam nosso cotidiano. Motores de busca como o Google usam IA para resultados precisos. Siri, Alexa e Google Assistant empregam reconhecimento de voz através da IA. Netflix e Spotify dão recomendações baseadas em algoritmos de IA. Empresas como Tesla estão avançando em veículos autônomos usando IA. Chatbots atendem clientes em diversos sites, e jogos de computador simulam inteligência adversária com IA. Ferramentas como Google Translate usam IA para traduzir idiomas. A IA está em constante expansão, influenciando vários setores e nosso dia a dia. 

André: Quais as principais diferenças entre a sua IA e a dessas outras que você mencionou? 

ChatGPT: A principal diferença entre minha IA (GPT-4) e outras é a generalidade vs. especificidade. Enquanto muitas aplicações são especializadas em tarefas específicas, eu sou versátil, focando em compreender e gerar linguagem em diversos tópicos. Minha especialidade é o Processamento de Linguagem Natural (PLN). Sou interativo, conversando em tempo real, ao contrário de algumas IAs que são mais unidirecionais. Embora eu tenha uma ampla compreensão de vários assuntos, IAs específicas podem ter maior profundidade em seus respectivos domínios. Em essência, sou uma IA de propósito geral centrada na linguagem. 

André: Numa partida de xadrez, quem ganharia, você ou o Deep Blue? 

ChatGPT: Deep Blue, por exemplo, desenvolvido pela IBM na década de 1990, foi criado especificamente para jogar xadrez, chegando a vencer o campeão Garry Kasparov em 1997. Ele combinava força bruta e técnicas especializadas para xadrez. Eu, por outro lado, sou um modelo focado em processamento de linguagem natural. Embora conheça as regras do xadrez, não sou otimizado para ele como o Deep Blue. Portanto, em uma partida, o Deep Blue provavelmente me venceria. 

André: Você poderia se autotreinar, e vencer o Deep Blue? 

Atualmente, o GPT-4 não pode se autotreinar durante interações. Assim, não posso praticar e melhorar no xadrez. Ainda que pudesse, não sou otimizado para xadrez como o Deep Blue. Porém, redes neurais especializadas em jogos já demonstraram desempenho super-humano em outros contextos. Se houvesse uma IA focada em xadrez com técnicas modernas, poderia ser viável superar o Deep Blue. 

André: Quais as principais transformações possíveis, no mercado de trabalho? E como se preparar? 

ChatGPT: A IA está transformando o mercado de trabalho, criando oportunidades e desafios ligados à automação e requalificação. Para se preparar: 

  1. Invista em educação contínua, como cursos e workshops. 
  1. Adquira habilidades técnicas, incluindo noções básicas de programação e IA. 
  1. Valorize habilidades humanas como criatividade e comunicação, difíceis de serem replicadas por máquinas. 
  1. Seja adaptável, estando aberto a mudança e aprendizado. 
  1. Mantenha uma rede de contatos profissionais atualizada. 
  1. Esteja sempre informado sobre avanços tecnológicos e tendências. 

A preparação é uma jornada contínua, focando em desenvolvimento e adaptação às novas realidades. 

André: Valeu 👍🏼 

ChatGPT: Obrigado! Foi um prazer responder às suas perguntas. Se tiver mais dúvidas ou curiosidades no futuro, estou aqui para ajudar. Tenha um ótimo dia! 👍🏼 


Naturalmente, essa brevíssima entrevista não tem a pretensão de abordar todos os aspectos decorrentes da expansão do uso da IA, mas é certo que estamos diante de uma das invenções humanas mais impactantes de nossa história.  

Nenhuma tecnologia é boa ou má. Somos nós os humanos, que direcionamos para um lado ou outro. Eis, portanto, a nossa responsabilidade no uso ético, regulado, inclusivo e consciente dessas formidáveis ferramentas.

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